Você provavelmente não lerá este artigo até o fim.

Pode ser que o título lhe chame a atenção, você goste do conteúdo e se interesse pela leitura.

Talvez, só talvez, o texto até esteja bem escrito.

Mas convenhamos: há sempre algo muito mais interessante esperando no próximo click.

É como o paradoxo do ponto de ônibus: quanto mais ele demora, mais próximo ele está do ponto.

E, no caso dos clicks, quanto mais clicamos, mais próximos estamos de achar o que procuramos. Será?

Ou será que o que nos move é apenas a vã esperança de encontrar algo mais interessante no próximo click – mesmo que não tenhamos lido todo o conteúdo anterior?

Quantas vezes você começou buscando um inocente “como fazer tapioca” e de repente estava lendo um artigo da wikipedia sobre os motivos de que Plutão não é mais considerado um planeta, e a goma da tapioca completamente esquecida na pia da cozinha?

Tanto faz. O efeito é o mesmo: nossa atenção está cada vez mais fragmentada.

Sintoma da era da informação, que nos inunda de estímulos o tempo todo, e acabamos com um poder de concentração cada vez menor.

Confesso que o livro que me inspirou a fazer este artigo, eu ainda nem li. Mas já achei várias resenhas na internet, as quais li quase todas pela metade.

É o livro do Nicholas Carr, chamado Geração Superficial: o que a Internet está fazendo com os nossos Cérebros. Mesmo sem ter lido, já sou um defensor de suas teorias.

E isto é justamente o que confirma que ela está correta.

Segundo Carr – aliás, segundo pessoas que dizem que já leram Carr – o fato de estarmos constantemente expostos a cada vez mais informações impõe uma necessidade de filtrar e avaliar conteúdos cada vez mais rápido.

E isso acaba impedindo uma leitura imersiva e reflexiva.

Tenho até um pouco de vergonha de admitir: a resenha que li até o fim, foi porque me senti um tanto quanto desafiado pelo teor da introdução, que propositalmente utilizei neste artigo também.

Engraçado que a leitura de um texto de apenas quatro páginas demandou que eu focasse minha concentração algumas vezes enquanto minha atenção pulava entre o artigo que eu queria escrever, a xícara de café ao lado do computador, as notificações do whatsapp e ao que eu iria fazer hoje à noite para comer (Café ou suco? Tapioca ou misto quente? Aliás, como é que se faz tapioca? E foi assim que descobri que plutão não é mais um planeta).

E é neste verdadeiro tumulto que a publicidade digital se faz presente.

Neste grande turbilhão de ideias, informações, imagens, promoções e curiosidades, fica o desafio: captar a atenção do consumidor tempo o suficiente para que ele absorva a informação que estamos proporcionando.

E, ainda por cima, conseguir que ele interaja, de alguma forma, com o conteúdo.

Parece simples? Então pense de novo. Pois é uma arte.

Nesse contexto o comunicador precisa ter algumas habilidades:

  • Fazer textos curtos e relevantes;
  • Utilizar imagens envolventes;
  • Provocar reações emocionais;
  • Promover o engajamento da audiência

Pode ter certeza, da próxima vez que você ver um post patrocinado na internet com uma imagem cativante e algumas poucas linhas: aquilo foi MUITO bem pensado para chamar sua atenção.

Se não, não vai funcionar, e vai se perder no meio de tantas e tantas outras doses homeopáticas de fofoca, piada, política e propaganda do nosso dia-a-dia.

E, no mundo da publicidade virtual, pior do que não ganhar nenhum seguidor é passar a imagem errada da sua marca.

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